O Bitcoin já consome mais eletricidade anualmente do que toda a Argentina e está próximo de superar a Noruega. Isso é o que sugere um recente estudo da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
A “mineração” de criptomoedas utiliza muita energia, pois envolve computadores dedicados a realizar cálculos pesados e acompanhar as transações. Dessa maneira, os processos gastam cerca de 121,36 terawatts-hora (TWh) por ano.
Os analistas da Universidade de Cambridge acreditam que o consumo de eletricidade devido à mineração de Bitcoin não deve cair nos próximos anos. Isso apenas aconteceria caso a criptomoeda tenha uma queda significativa.
Entretanto, o atual cenário aponta para uma nova alta da moeda. Na última segunda-feira (8), a montadora Tesla anunciou a compra de US$ 1,5 bilhão em Bitcoin e indicou que irá aceitá-los como pagamento no futuro.
Após o anúncio, o valor da criptomoeda bateu um novo recorde e chegou a US$ 44 mil nesta semana. Por consequência, o aumento do preço oferece mais incentivos aos “mineradores” para operar mais e mais máquinas.
Bom para o bolso, ruim para o meio ambiente
Apesar de ser um processo totalmente digital, a mineração de criptomoedas tem impactos no meio ambiente. Especialistas explicam que o uso de energia para a geração de Bitcoin colabora com o aumento da produção de CO2.
Assim, o investimento da Tesla na criptomoeda contraria o posicionamento ambiental da maior companhia de carros elétricos. Em teoria, é como se a marca tivesse gasto US$ 1,5 bilhão "financiando usinas termelétricas a carvão".
“Elon Musk jogou fora o bom trabalho da Tesla promovendo a transição energética”, disse David Gerard a BBC. Então, o autor do livro “Attack of the 50 Foot Blockchain” sugere que um imposto sobre o carbono para criptomoedas equilibraria o consumo negativo.
(Texto publicado originalmente no TecMundo em 11 de fevereiro de 2021)
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